Gamer Files

Você é o que você joga!

A partir de hoje estrearemos uma nova seção aqui no blog: os games que ninguém jogou. E para iniciar a lista dos games mais interessantes e que infelizmente ninguém jogou, começaremos com Doshin the Giant o esquisito game para o 64 DD que acabou sendo portado para o GameCube em 2004. Complicado de entender, facílimo de jogar, Doshin é único, mesmo que na maioria das vezes isso se torne um contra.

Mas afinal que p**** é essa?

Doshin the Giant te coloca no controle de um gigante amarelo que precisa ajudar os habitantes de uma ilha a realizarem construções na localidade e crescer o número de habitantes. Para isso, você deve usar suas habilidades sobrenaturais e seu tamanho para ajudar os habitantes. Na ilha vivem quatro tribos diferentes cada uma representada por uma cor: vermelho, azul, amarelo e verde. Você tem que ajuda-los em tudo, desde na nivelação de terrenos para que eles possam construir suas casas. Com a ilha cheia de gente, os habitantes começam a construir monumentos. Esses monumentos são uma espécie de estátua que eles constroem para agradecer a ajuda de Deus (sim, você). O objetivo principal do jogo é construir todos os dezesseis monumentos possíveis, usando as energias verdes das árvores e das flores para que os habitantes consigam construir.

Parece complicado? E é mesmo. Posso ficar meses aqui e não vou conseguir explicar o que realmente o game é. Construir os momumentos é simples no começo, mas se torna bastante trabalhoso, principalmente no fim. Você terá que combinar habitantes das quatro tribos diferentes e usar as quantidades certas de energia para que os monumentos sejam construídos corretamente. Outro ponto relevante é que quanto melhor você cuidar dos habitantes, mais você cresce por outro lado se você não ajudá-los vai crescer também e se tornar uma espécie de diabo. Com o gigante muito grande, são raras as vezes que você não destrói casas ou até mesmo os monumentos que levaram dias para ser feitos.

O game é dividido em dias. Cada dia dura mais ou menos meia hora e o jogador dispõe de infinitos dias para realizar as tarefas possíveis. A cada dia terminado você recebe as estatísticas de quantos habitantes a ilha possui, quantos hectares de terra estão aptos a ser habitados pelos nativos. O game também o “presenteia” com catástrofes naturais como furacões, incêndios e vulcões, que atrapalham a vida e destroem os feitos dos aldeões. Tudo claro para você ter que correr atrás.

Tá, entendi o que é... mas é bom?

Doshin the Giant é um game diferente de tudo o que você já viu. O mais próximo dele que consigo pensar é SimCity, mesmo que as possibilidades de construção sejam muito menores e mais simples.Doshin também é aquele tipo de game onde você depois que joga, não sabe dizer se é exatamente bom ou ruim. Bom começaremos pelo que não funciona.

A lentidão proposital do gigante pode parecer legal no papel, mas é frustrante na real. A ilha não é lá muito grande e você tem muitas vezes que sair e dar uma olhada no que acontece por aí. Mas a duração dessa visualização é tão pequena, que não são raros os momentos onde você não tem nada pra fazer e precisa esperar somente o tempo passar. O que eu fiz? Deixei o game rolando e fui tomar uma água, um suco ou coisa qualquer... Uma ilha maior resolveria esse problema, mas por outro lado daria mais trabalho ao já trabalhoso modo principal. O mapa do game também é estranho. Ele nunca te oferece a localização exata das coisas, e é difícil saber para onde você está indo.

A falta de variedade durante todo o percurso também é um problema sério. Depois da primeira hora de jogo você já sabe tudo o que enfrentará nas próximas quinze. Talvez uma jornada dividida entre duas localidades difentes ou uma ilha mais diversificada tivesse tornando o game mais prazeroso.

Agora vamos ao que funciona. O ponto mais legal do game é que realmente você se sente como um Deus quando ordena os habitantes a fazer alguma coisa. Outro ponto muito legal é que o jogo é muito engraçado: seu gigante desengonçado combina perfeitamente com os habitantes amalucados e os ambientes inóspitos. O desafio do game também é alto principalmente nos quatro últimos monumentos. Eles exigem uma perícia grande do jogador e dedicação de muitos dias. Se você conseguir manter-se jogando até lá, claro

Aspectos técnicos e finalmentes

O visual de Doshin é ridículamente simples. Claro por ser um port de um game do Nintendo 64. Os fundos poloigonais, cenários, animações são todas da geração passada. Muitas vezes isso nem é algo ruim, já que o game tem um estilão meio retrô o tempo todo. Já o som é simplesmente maravilhoso. Muita gente critica games que tem ausência de trilha sonora. Mas em Doshin essa ausência não compromete ou deixa o game silencioso. Isso graças aos ótimos efeitos sonoros, as vozes hilárias e as músicas do tipo chiclete, quando elas existem claro.

Finalizando, Doshin é um game único. Seu visual simplista, som agradável, jogabilidade agradável e desafiadora faz dele um jogão. Possui alguns defeitos técnicos e poderia sim ser muito melhor, mas vale a pena ser jogado. Possui uma capacidade grande de customisação e criação, é engraçado e divertido. Pena que muita gente não teve oportunidade de jogá-lo...

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