Gamer Files

Você é o que você joga!

War, has changed.
Sem dúvidas, Metal Gear Solid 4: Guns of the Patriots não é só uma carta de amor aos gamers hardcore. Ele foi além de tudo isso, além de tudo que imaginávamos, e além de tudo que queríamos. Qualquer fã da série vai ser um cara feliz jogando, e não importa o preço que ele acabe custando. Metal Gear Solid 4, é o melhor jogo de 2008 até o momento, e um dos melhores jogos de todos os tempos. O poderio exacerbado do Playstation 3 foi usado em seu extremo, para criar uma das aventuras mais belas de todos os tempos. Kojima caprichou, e só nos resta, como meros gamers que somos, agradecer pelo trabalho. Não interessa quantas vezes você entrou no site, ou quantas vezes assistiu o trailer, o trabalho final faz tudo, na sua própria maneira, valer a pena. That's it Snake, That's it Kojima, Mission complete.

Metal Gear Solid é, sem dúvida alguma, o melhor da série até esse momento. Não só é o mais eficiente gráficamente, como consegue guiar todas as perguntas que os Games anteriores deixaram em aberto para o melhor caminho possível, respondendo uma por uma com um capricho sobre-humano. Ao mesmo tempo, tem seu próprio enredo e todas as suas próprias intrigas, para que qualquer um, fã ou não, possa aproveitar. Todos os outros jogos, principalmente o segundo e o terceiro, pareciam-se muito mais filmes do que jogos, com uma pequena parcela das poucas mais de 20 horas in-game sendo realmente proveitosas e eficientes no quesito gameplay. Se você já acha isso, e abdicou a série no passado, não vai mudar sua idéia agora. Mas é sempre bom saber que os controles ficaram melhores (não tão bons quanto eu esperava) e todos, todos os outros quesitos apresentados no terceiro ou no segundo game da franquia evoluíram drásticamente. Desde o mínimo detalhe, não tem nada nesse game que seus antescessores tenham (vulgo algumas poucas excessões) que ficaram fora do produto final.

Notávelmente, não tem nada que chame mais atenção na obra do que seus gráficos. Em qualquer televisão, é simplesmente fantástico. Na menor resuloção da imagem, você estará controlando Old Snake em algo similar aos gráficos de GTA IV. Assim como em games do naipe de Resident Evil 4, e até mesmo outros games da série Solid, são muitos os detalhes para se prestar atenção. O costume desses Games é começar detalhado, para impressionar o jogador, e depois, mânter apenas o essencial para que o jogo não pareça chulo. Com MGS 4, isso não se aplica. A obra inteira é cheia de detalhes, e eles estão até mesmo aonde não somos obrigados a ir. Você provavelmente não vai prestar atenção nesses extras do cenário, mas uma segunda aventura após terminar uma vez e você verá o que eu estou falando. Essa e mais outras peculiaridades fazem com que o jogo pareça tão bonito quanto qualquer jogo dessa geração sonharia em ser.

O fantástico não são os gráficos, mas a maneira e o sistema em que eles são introduzidos no jogo. Tudo sofreu um tremendo processo artístico, transformando qualquer Screenshot do cenário que você possa capturar em uma obra de arte. Toda essa direção bate de frente com uma trilha sonora (bem como efeto sonoros também) magnífica, virando uma mistura de emoções que dão beleza a uma história que já é linda por si mesmo. Porém, um ponto negativo, é que embora ela seja fantástica nos momentos Cut-scene da produção, acaba por passar despercebida no gameplay. Sim, temos um novo Gadget, o famoso Ipod, para escutarmos qualquer música de nossa escolha no jogo, dentro da "Playlist" delimitada. Embora a simulação sonora do uso do fone seja um show a parte, tenho que adimitir que o brinquedinho da Apple é simplesmente inútil, pelo menos em MGS 4. A menos que você queira escutar uma música específica, ou mostrá-la para o seu amigo enquanto não rela no controle do Ps3, não é um apetrêcho de boa escolha. Tudo isso porque você vai estar centenas de vezes mais preocupado com a maneira com que vai passar aquela parte chata, do que a música que você vai estar ouvindo nela.

Por uma escolha de Kojima, dessa vez Snake tem mais acessórios e armas do que nunca. A mais notória é a OctoCamo, que se camufla altomáticamente, copiando a textura do lugar aonde você está. Em uma opinão própria, devo dizer que eu não apoiei essa atitude. O sistema de camuflagens continua o mesmo, mas perde a graça sem todas aquelas bugigangas com efeitos diferentes do terceiro capítulo da franquia. Isso porque não só a Octocamo serve para todos os tipos de textura, como faz essa mudança sozinha, sem precisar que Snake fique trocando de uniforme toda hora. Outra ferramenta importante é o M.K II (e o M.K III mais tarde), pequenas máquinas da mesma "raça" de Ray e Rex que atendem aos desejos de Snake no campo de batalha. Eles adicionam mais uma forma de se passar qualquer parte, e, com certeza, a mais estratégica escolha de gameplay que você pode fazer no jogo (é chato, talvez seja mais funcional no modo hard). E ainda por cima vários outros itens com a mesma função e um visual levemente diferente.

As armas dessa vez estão em quantidade exorbitante. De todos os tipos e tamanhos, elas podem ser achadas de três maneiras. A primeira dela, quando se ganha após certo capítulo ou depois de uma Cut-scene. A segunda, quando se acha no meio do campo de batalha. E a terceira, quando se larga todas as outras opções e vamos até um dos pontos que servem como loja para Drebbin. Drebbin não só vende armas (e são muitas), como customiza elas, da forma que você quiser. Eu não me importei muito com isso, e realmente é um detalhe no qual você só vai estar atento no replay, quando sua fome pela continuação do enredo estiver extinta. Eu ainda preferido minha pistolinha de guerra ou a faca, para usar os golpes corporais e não fazer nenhum barulho. Um outro ponto negativo é que, embora tenha muito mais inimigos que os outros jogo, você provavelmente não vai encontrar a morte se procurar sair metendo bala no primeiro que aparecer. Isso ocorre pelo aumento na quantidade de armas (e respectivamente seus efeitos) e também da jogabilidade, que finalmente largou aquele esquema arcaico de antigamente. Se nos outros jogos dava para tentar jogar sem assassinar nenhum inimigo, nesse a coisa já complica. No campo de batalha, as coisas não são tão silenciosas quanto nos corredores claustrofóbicos do primeiro e segundo game. E isso, apesar de restringir parte do movimento do personagem, abre diversar formas de se passar cada parte do jogo, ou, para os amantes de um desses estilos, o jogo inteiro.

Também novo para a série é o medidor de Stress. A barrra estreiante do quarto capítulo nada mais é que uma versão genérica da barra de fome do terceiro jogo. Mas, se você não tem com o que se curar, é melhor começar a pensar bem antes de agir: ações erradas podem ferrar com o seu Stress, e eventualmente com a sua vida. Com todas essas interações sub-limitando as ações de Snake, ainda temos diversas escolhas para se tomar em um campo de batalha. Se você pretende passar o jogo em Sneaking, vai ter a vantagem do dinheiro que sobra para comprar coisas mais interessantes. Se você jogar no estilo "exercito de um homem só", vai precisar de todo seu money para gastar com Armas novas e customizações para elas. Ainda há a possibilidade de mesclar tudo e jogar do jeito que quiser, escolhendo seu próprio jeito para tomar vantagem de cada tela do mapa. Um bom exemplo da ocorrência dessas escolhas está no próprio uso do M.K II. Você não precisa usar o Gadget em momento algum. Mas se precisar garantir seu caminho quando está sem vida, é uma opção válida.

Dá também para se juntar com a Milícia, ou com os PMC's, no objetivo de tornar a experiência mais fácil para os novatos. Sobre tudo, a câmera do jogo está em um toque muito mais artístico que a anterior, com ângulos que mostram 100% do cenário. Dá ainda para mudar a perspectiva em que vemos o personagem em qualquer momento do game. Podemos mudar o ângulo eventual do jogo para primeira pessoa se quiser, mas temos uma mira sobre o ombro (assim como a de Re4 e Gears of Wars) que funciona melhor que nunca para qualquer evento do game. E mesmo com o modo FPS melhorado, onde, dessa vez aonde Snake pode andar enquanto está com a arma, e a mira fica por conta do analógico direito, é um estilo ultrapassado de se jogar. Tudo parece completamente bem sem ele, e o modo em FPS pode ser encarado apenas como um complemento. De qualquer outra forma, eu estaria forçando a barra.

O que realmente coloca todas as outras qualidades junta é o enredo. A trama é envolvente o suficiente para te sempre até a próxima esquina sem voltar atrás, porque, simplesmene, está sempre ficando melhor. Geralmente costumam comparar Metal Gear Solid com um filme. Eu prefiro fazer a alusão como um seriado. Metal Gear Solid 4 responde todas as suas próprias questões, assim como a de todos os outros games anteriores. A história é muito bem contada por meio de cut-scenes em tempo real. E com a ajuda da trilha sonora, alguns momentos conseguem arrancar lágrimas do olho de algumas pessoas. O final para essa série não tinha nenhum outro jeito de acabar melhor. Todas as pessoas tiveram seu encerramento, todas as perguntas, todos os segredos, tudo. E de uma maneira tão bem contada, que esquecemos que é um jogo, e passamos a nos imaginar como Snake, sentindo e vivendo as cenas que aparecem ao longo da trama.

O básico do básico seria que um Snake, com a idade acelerada por culpa de uma mutação no FoxDIE, deve cumprir sua última missão antes que seja tarde demais. E essa diferença que fez toda a graça do jogo. Antigamente, eramos um soldado onipotente que abusava das suas táticas no campo de batalha. Agora, somos um Snake velho apenas tentando fazer algo antes de partir. Todo o enredo se torna mais convincente com a ajuda da ótima dublagem do elenco, talvez uma das melhores já vistas em todos os tempos. E até mesmo as Cut-scenes, que duram até 90 minutos (na verdade em apenas um caso) são interativas e cheia de informação para os fãs. O melhor é que a Kojima Productions trabalhou para que todos vivessem sem elas, reduzindo a menor informação possível e a essencial para entender a mensagem do Game logo no começo e no fim. O resto vem de brinde...

O jogo se passa em 5 diferentes localidades, e não apenas uma, como parecia antes de se lançar. Não vamos estragar a surpresa, mas garanto que o lugar que começou toda a trama, lá em 1998, está presente entre um dos cinco. Também, a obra não utiliza apenas uma instalação no Hardware, mas 5 delas. Cada uma ocorre antes de começar um ato do jogo, e dura cerca de 2 a 3 minutos. Nesse tempo, Snake aparece fumando um cigarro e dicas sobre segurança enquanto joga são dadas. Os loadings entre duas áreas do jogo são curtos, durando de 8 a 10 segundos. Todas as Cutscenes são controláveis, e pode ir desde já procurando alguns segredos escondidos nelas. É tudo tão emotivo, que após o final, o sentimento de querer mais, e o gostinho de que acabou, assim como no fim de uma novela, continuam sobre você por muito tempo. E nunca, nunca mesmo, você vai conseguir dizer que MGS 4 não é um jogo excelente.

Embora não precisasse de nenhum extra do tipo, MGS 4 ainda conta com um modo Online, que ficou popular em Substence. O problema é que eu acho, e sempre achei, que não tem a menor graça. A temática é bacana, mas os lugares são tao pequenos que logo tudo se transforma em um jogo de tiro falho. Precisamos de locações maiores e mais estratégicas, urgentemente. No final, MGS 4 foi mais do que todas as expectativas e nos trouxe o melhor desse ano até agora. Vai aí a minha dica: atenção para a batalha final do jogo, é uma das melhores que eu já vi em toda minha vida, em qualquer tipo de mídia.

Para concluir:

Metal Gear Solid 4: Guns of The Patriots, é um dos melhores jogos de todos os tempos. Não só tem uma apresentação estelar, animações incríveis e uma história linda e tocante, como nos passa isso a todo instante da obra. Poucos games conseguem mexer com tantos sentimentos ao mesmo tempo como MGS consegue. Kojima está de parabens, mesmo e eu pensasse muito, não conseguiria chegar a um final melhor para Snake que o apresentado no jogo. Até agora, o melhor motivo para se comprar um PS3, e um game que, por muito tempo, vai ser lembrado por todos como sinónimo de dedicação e carinho com os Games. É hora de dizer adeus para Snake. É meu primeiro 100/100, e até o momento o segundo Game que merece essa nota na minha opinião. Metal Gear Solid 4 é, sem duvida, magnífico. De qualquer forma, um cara que sofreu como ele merece descansar ao menos uma vez na vida. Pode ir Snake, nós sentiremos saudades...

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